segunda-feira, 23 de abril de 2012

Etnias Índigenas Contra Obras Na Amarica Latina

Indígenas desafiam fronteiras e se unem contra grandes obras na América Latina Experiências bem-sucedidas por toda a América Latina em disputas com governos e empresas também vêm sendo compartilhadas. Desafiando as fronteiras nacionais, indígenas de países latino-americanos se articulam na oposição a obras que afetam seus territórios e a políticas transnacionais de integração. Com o auxílio de tecnologias modernas e de conexões históricas, índios de diferentes grupos buscam unificar posições em organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Experiências bem-sucedidas por toda a América Latina em disputas com governos e empresas também vêm sendo compartilhadas. "Estamos mapeando todas as conquistas dos nossos parentes [povos indígenas] no continente para aproveitarmos as experiências deles aqui no Brasil", disse o coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcos Apurinã. "Nossos problemas são praticamente idênticos aos dos indígenas dos outros países." Essa aproximação é liderada pelas grandes organizações indígenas nacionais e por movimentos regionais, como a Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), que agrega grupos do Equador, Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Além de manter as organizações filiadas informadas sobre disputas envolvendo indígenas nos países membros, a Coica tem promovido encontros entre seus integrantes. Nas reuniões, discutem-se, entre outros temas, formas de pressionar os governos a demarcar territórios, como recorrer a organismos internacionais para fazer valer os direitos indígenas e o impacto de grandes obras nas comunidades tradicionais. "[O que] nos preocupa é a nova forma de desenvolvimento conhecida como economia verde. Entendemos isso como um esforço para a exploração dos recursos naturais nos territórios indígenas", disse o coordenador técnico da Coica, Rodrigo de la Cruz. Ele cita algumas obras que considera dramáticas para indígenas na América Latina: no Brasil, a hidrelétrica de Belo Monte; na Bolívia, a construção de estrada que atravessaria o parque nacional Tipnis; no Equador, a exploração petrolífera na Reserva Faunística Yasuní; no México, a estrada Bolaños-Huejuquilla; e na América Central, o Projeto Mesoamérica (integração de redes elétrica e de transporte do México à Colômbia). O presidente da Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (Fenamad), principal movimento indígena do Departamento (estado) peruano de Madre de Dios, Jaime Corisepa, disse temer um agravamento das condições caso os próximos projetos de integração saiam do papel. Um deles é o acordo energético que prevê a construção de seis hidrelétricas no Peru para abastecer o mercado brasileiro. Protestos de índios fizeram o governo peruano suspender o acordo e anunciar que ele só vigorará após as comunidades tradicionais serem consultadas, conforme determina a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Marcela Vecchione, consultora da Comissão Pró-Índio (CPI) do Acre, disse que as fronteiras na região foram definidas segundo critérios econômicos e não levaram em conta as comunidades presentes, que, em muitos casos, foram divididas pelos limites nacionais. Ao longo de várias décadas, segundo ela, esses povos mantiveram relação intensa com os dos países vizinhos, cruzando as fronteiras livremente. Com a demarcação de terras indígenas pelos governos nacionais nas últimas décadas, porém, esse fluxo migratório foi reduzido, embora muitos povos binacionais (ou até trinacionais, em alguns casos) mantenham alianças por meio de casamentos e relações de parentesco com índios de países vizinhos. Tashka Yawanawá, líder da Associação Sociocultural Yawanawá, que atua no Acre, mantém um blog e usa a internet para fazer videoconferências com povos de países vizinhos. Nos últimos dias, ele disse ter conversado pelo Skype com índios peruanos sobre como as comunidades tradicionais podem se beneficiar dos "serviços ambientais" que prestam (como o plantio de ervas medicinais ou a preservação ambiental em seus territórios). O tema foi debatido em encontro recente nas Filipinas. Segundo Tashka, a humanidade hoje vive "numa aldeia global em que tudo está conectado". "Hoje os povos indígenas não podem mais fugir do homem branco, da tecnologia. Temos que nos atualizar, nos preparar para encarar esse novo mundo."

sábado, 21 de abril de 2012

Índios Korubos Matam e Raptam Crianças da Etnia Kanamari

Informação confirmada pela Funai. Korubos são conhecidos como 'caceteiros' e mataram a golpes de borduna. Conflito ocorreu em Atalaia do Norte, a 1500km de Manaus. Manaus - Três indígenas da etnia kanamari, sendo dois homens e uma mulher, foram mortos a golpes de bordunas pelos korubo, também conhecidos como ‘índios caceteiros’, que raptaram duas crianças da mesma etnia na Terra Indígena Vale do Javari, na região do município de Atalaia do Norte, a mais de 1.500 quilômetros de Manaus (AM). A informação foi publicada nesta quarta-feira pelo Blog da Amazônia, do jornalista Altino Machado. De acordo com informações do blog, o massacre ocorreu entre a quarta-feira e a quinta da semana passada, no Rio Curuena, tributário do Rio Jutaí, que, por sua vez, é afluente do Solimões, no limite leste da Terra Indígena Vale do Javari, a sudoeste do Estado o Amazonas, região que abrange a fronteira do Brasil com o Peru. O massacre foi confirmado nesta quarta-feira (18) pelo sertanista Carlos Travassos, coordenador de Índios Isolados e Recente Contato (CGIIRC) da Funai, em Brasília. “Recebemos o mesmo relato, transmitido via radiofonia, e estamos agindo com bastante cautela. Estamos esperando pelo relatório do pessoal da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari”. Esta é a primeira vez que se relata que os korubo tenham matado indígenas na região. Quando se deslocam, os kanamari passam pela área onde vivem os os korubo. Os kanamari vinham estabelecendo contatos com os korubo, o que incluia a oferta de presentes. Resposta oficial da Funai sobre o caso. "Na última terça-feira, 17, a Frente de Proteção Etnoambiental da Funai no Vale do Javari recebeu notícias de um conflito envolvendo um povo de índios isolados e indígenas da etnia Kanamari, na região leste da Terra Indígena Vale do Javari. A Frente de Proteção enviou uma equipe ao local onde teria ocorrido o referido conflito para averiguar as informações. Somente após essa averiguação a Funai se pronunciará a respeito

sábado, 7 de abril de 2012

Funai Confirma Existência de Novo Grupo de Índios Isolados no Amazonas

Funai confirma existência de novo grupo de índios isolados no Amazonas

Na Terra Indígena Vale do Javari há um complexo de povos isolados que é considerado a maior concentração de grupos isolados na Amazônia e no mundo.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou hoje (21) a existência de um novo grupo de índios isolados no Vale do Javari, no Amazonas. A Funai estima em cerca de 200 o número de índios no local e diz que eles, são, provavelmente de um grupo cuja língua é da família Pano. A comunidade foi localizada pela Frente de Proteção Etnoambiental, durante sobrevoo realizado em abril deste ano. Três clareiras com quatro grandes malocas foram avistadas pelos técnicos.

Antes mesmo do sobrevoo, o coordenador da Frente do Vale do Javari, Fabrício Amorim, havia identificado as clareiras por satélite. A confirmação desse tipo de descoberta requer, segundo ele, anos de trabalho sistemático e metódico, com realização de pesquisas documentais, expedições e análises de imagens de satélite.

Até a confirmação, a presença desses índios isolados era apenas uma referência “em estudo”, com base em relatos sem informações conclusivas sobre a exata localização e características da comunidade.

Em nota, a Funai informa que tanto a roça quanto as malocas são novas e foram concluídas no máximo há um ano. Essa avaliação tem por base o estado da palha usada na construção e a plantação de milho. No local há, ainda, plantações de bananas e uma vegetação rasteira similar à de amendoins.

Na Terra Indígena Vale do Javari há um complexo de povos isolados que é considerado a maior concentração de grupos isolados na Amazônia e no mundo.

Amorim aponta, entre as principais ameaças à integridade de povos indígenas isolados a pesca ilegal, a caça, a exploração madeireira, o garimpo, atividades agropastoris com grandes desflorestamentos, ações missionárias e situações de fronteira, como o narcotráfico. "Outra situação que requer cuidados é a exploração de petróleo no Peru, que pode refletir na Terra Indígena do Vale do Javari”, afirma Amorim.

A Funai reconhece a existência de 14 referências de índios isolados no Vale do Javari, mas o número pode ser ainda maior. Mais de 90 indícios de ocupações indígenas foram localizados entre 2006 e 2010, e há atualmente oito grupos de índios isolados com malocas, roças e tapiris (choupanas) já localizados por sobrevoo ou por expedições terrestres.

De acordo com a Funai, em toda a região do Vale do Javari., vivem cerca de 2 mil indígenas.

Conselho Indigenista Denuncia Brasil à ONU e Pede Intervenção

Conselho indigenista denuncia Brasil à ONU e pede intervenção

Entre 2003 e 2010 morreram 250 índios guarani kaiowá no Mato Grosso do Sul e outros 300 indígenas no Vale do Javari, no Amazonas.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou o Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo sua intervenção junto ao governo para solucionar os conflitos com os povos indígenas. De acordo com a entidade religiosa, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em condições precárias de vida, entre 2003 e 2010 morreram 250 índios guarani kaiowá no Mato Grosso do Sul e outros 300 indígenas no Vale do Javari, no Amazonas.
A denúncia e o pedido de intervenção foram feitos esta semana, em uma reunião de entidades sociais com a subsecretária-geral para Asssuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos. De acordo com o Cimi, o encontro foi realizado na sede do Itamaraty no Rio de Janeiro.
Decidimos denunciar o Brasil às Nações Unidas porque já levamos ao conhecimento do órgãos federais as constantes violações de direitos humanos no Vale do Javari e no Mato Grosso do Sul, mas nada foi feito - disse o representante do Cimi no encontro, Adelar Cupsinski.
No Vale do Javari, segundo a entidade, 8% da população indígena foi morta por doenças controláveis, como os diversos tipos de hepatite e a diarreia infantil.
Há um genocídio silencioso no Vale do Javari. São 300 mortes por doenças como a hepatite, uma situação que o governo brasileiro conhece desde os anos 80 - denunciou Cupsinski.
Ele afirmou ainda que as denúncias sobre as condições de vida dos guarani kaiowá já foram levadas à Organização dos Estados Americanos (OEA):
Na OEA, o Brasil já apresentou contestação, e o processo está em análise. No Mato Grosso do Sul, há uma situação de confinamento dos povos indígenas em pequenas reservas.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

GRIPE SUÍNA MATA DOIS YANOMAMI EM RORAIMA

Gripe suína pode ser responsável pela morte de dois índios Yanomami em Roraima
Apesar da suspeita, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) informou que ainda não é possível dizer se os casos são de gripe suína.

Autoridades de saúde investigam casos de gripe aguda entre índios Yanomami, em Roraima. Nos últimos dez dias, dois índios, um bebê e um adulto, morreram em decorrência de uma síndrome respiratória aguda, com sintomas característicos da influenza A (H1N1) – gripe suína. Apesar da suspeita, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) informou que ainda não é possível dizer se os casos são de gripe suína. O laboratório central de Boa Vista está analisando 40 amostras colhidas nas aldeias.
Os índios com sintomas de gripe estão sendo tratados com o remédio Tamiflu, o mais usado contra o vírusInfluenza H1N1. Os doentes em estado mais grave estão sendo transferidos para hospitais da capital de Roraima e para Casa de Assistência Indígena (Casai). De acordo com a secretaria, nesta época do ano aumenta o número de casos de gripe na região.

A campanha nacional de vacinação contra a gripe comum, incluindo a gripe suína, começa no dia 5 maio. Os indíos fazem parte do público-alvo, junto com idosos (a partir de 60 anos), crianças de 6 meses a 2 anos de idade, gestantes e profissionais de saúde.

No último dia 3, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação judicial para obrigar a Sesai a regularizar o fornecimento de remédios às casas de apoio aos índios Yanomami em Roraima. De acordo com o MPF, há pacientes internados na Casai por mais de seis meses e que não têm alta por falta de remédios para prosseguir com o tratamento.