segunda-feira, 25 de julho de 2011

ÍNDIOS POR ELES MESMOS

Ameaçada por grilagem de terras, desmatamento, garimpo, obras de governos e minada pela discriminação, a cultura dos povos indígenas brasileiros resiste (agora também) em forma de literatura e conquistando espaço no mercado editorial. Há uma boa safra de escritores indígenas dedicados à literatura infanto-juvenil e publicados por diversas editoras, inclusive grandes como Martins Fontes, Paulinas e FTD. O ano de 2011 deve terminar com pelo menos 19 títulos novos no mercado, entre os quais A cura da terra, de Eliane Potiguara, pela Global Editora, e Mondagará, de Rony Wasiry Guará, pela Saraiva.

Esse interesse se deve, em parte, à Lei 11.645, aprovada em 2008, que criou a obrigatoriedade de se tratar a temática indígena e afro-brasileira no currículo escolar brasileiro. Mas também é possível que nomes como Daniel Munduruku, Graça Graúna, Yaguarê Yamã e Olívio Jekupé estejam ganhando as prateleiras das livrarias do país graças a suas vendagens, turbinadas recentemente pelas compras governamentais, via PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola).

A Global, com 11 livros de autores indígenas em seu catálogo, publicou o primeiro O Povo Pataxó e Suas Histórias em 1999 e depois não parou mais. Segundo seu editor, Luis Alves Junior, esses livros já vendiam bem antes da lei, tanto que alguns deles já haviam ganhado reimpressões – o livro Você se lembra, pai? de Daniel Munduruku, publicado em 2003, é um deles.

A lei chegou anos depois da articulação de escritores indígenas em encontros nacionais, liderados pelo pioneiro Munduruku, e deflagrada há oito anos com grande apoio institucional da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil. “Nós não endossamos o trabalho destes autores porque são indígenas, mas porque estão fazendo uma literatura de qualidade para as crianças”, diz Beth Serra, presidenta da Fundação.

Doutor em Educação e autor de 43 livros, a maioria dos quais infanto-juvenis, Munduruku, de 47 anos, editou seu primeiro livro, Histórias de Índio, em 1996, pela Companhia das Letrinhas, depois de bater em várias portas. Hoje já tem 20 edições.“Lançar livro para criança da cidade com ótica indígena era difícil. Na época, era sempre antropólogo, escritor, historiador que escrevia sobre o índio, que não tinha voz nem vez no mercado editorial”.

De lá para cá, Munduruku já abocanhou vários prêmios nacionais e internacionais, como o “Jabuti” de 2004 pela obra Coisas de índio, da Callis Editora.

Natural de Belém (PA) mas vivendo em Lorena (SP) há mais de 20 anos, Munduruku é formado em Filosofia, com Licenciatura em História e Psicologia. Ele chegou à literatura infanto-juvenil através de suas experiências como professor e educador social de rua da Pastoral do Menor em São Paulo, onde acabava contando as histórias que escutava quando vivia entre seus parentes aldeados.

Para ele, a literatura funciona como “maracá”, o chocalho que é utilizado como instrumento de cura pelos pajés. Acredita-se que dentro dos maracás há uma voz sagrada que é a que os pajés utilizam para conversar com os espíritos que fazem a cura das pessoas que os procuram. A literatura deles teria este componente. “É nosso maracá para a sociedade brasileira”. Para ele, esta geração de escritores indígenas escreve como uma forma de “curar o Brasil”, ajudando a sociedade “a conhecer sua história e não perder de vista a contribuição que os indígenas oferecem”.

Outro “parente” de Munduruku neste movimento que usa a literatura como “arma de defesa do povo indígena” é Olívio Jekupé, de 45 anos,que teve que abandonar o curso de Filosofia por dificuldades econômicas. Publicando desde 2001, Jekupe é autor de um total de 11 livros, o mais recente “Tekoa – conhecendo uma aldeia indígena”, pela Editora Global. Jekupé, que vive na aldeia guarani Krucutu, em São Paulo, prefere denominar sua literatura de “nativa” e não de “indígena” para diferenciá-la da literatura que os outros escrevem tendo o índio como objeto. “Ela sai de dentro da gente, do que conhecemos, pois escrever sobre índio não é só escrever, é preciso conhecer e viver essa cultura”.

Relatos orais das velhas gerações indígenas

Para Munduruku foi um acaso eles terem caído no gosto do público infantil. Acabou dando certo. “Não é que a gente escrevesse para crianças, é pelo teor das histórias que a gente conta. A gente recebia essas histórias de forma oral. Caía na nossa memória. E o nosso pessoal foi começando a aprender a escrever”.

Muito do que esta geração de autores indígenas faz é verter para o papel as lendas e histórias dos povos indígenas, repletas de conteúdos éticos e morais, que eram transmitidas oralmente para suas crianças há séculos, com clara função educativa.

Por outro lado, a literatura infanto-juvenil também é mais acessível a eles por serem livros menores e relativamente mais fáceis de escrever. Afinal, esta turma só recentemente está sendo escolarizada com a preocupação em resguardar sua identidade étnica, ou seja, “sem desprezar sua identidade, desistir de sua história e desacreditar seus sábios”, observa Munduruku.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

BOLGS NO BRASIL SURPREENDEM USUÁRIO NA INTERNET COM INFORMAÇÕES SOBRE AMAZÔNIA E SEUS PRLBLEMAS

QUEREM TRANSFORMAR A AMAZÔNIA NUM SANTUÁRIO DE MISÉRIA E DAS ONGS

a importância da Amazônia para o desenvolvimento) descobriu e revelou esta coisa espantosa: “Funcionam na Amazônia, 100 MIL ONGS”. (Isso mesmo: 100 MIL).

O País ficou assombrado, mas nada aconteceu. Meses mais tarde, numa reunião histórica no Clube Militar, dois ex-Ministros, senador Bernardo Cabral e general Leônidas Pires Gonçalves mostraram impressionantes radiografias sobre a Amazônia, e o que pretendiam fazer com ela: um símbolo, um fator de cobiça internacional, mais o que deve e deveria ser há muito tempo, alavanca para o progresso e a riqueza do Brasil.

Lessa e Leônidas, militares, comandaram a Amazônia, viveram lá muitos anos, viram, examinaram, estudaram, compreenderam o futuro e o destino da Amazônia. Bernardo, civil, nasceu lá, se realizou e ganhou o mundo fora de lá, mas não esqueceu o que a Amazônia precisava representar. Foi deputado e senador pelo Amazonas, continua o “bom combate”: a colocação e a defesa da Amazônia (e não apenas do Amazonas, sua visão é sempre universal) como o grande salto do país para a sua realização como potência.

Depois de todas as peripécias e de todos os movimentos para que a a Amazônia enriquecesse apenas 18 mil índios, milhares de aventureiros da madeira arrancada, destruída ILEGALMENTE e comercializada de forma ILEGÍTIMA, grilagem de vastas regiões quilométricas (alguns desses fatos, tristemente referendado pelo mais alto tribunal do país) surge o que parede burrice, mas naturalmente é mais do que isso.

Além de tudo o que se pode dizer sobre o “esquecimento” da Amazônia, surge agora o que não é nem segredo: a total divisão do governo. Oficialmente, foi dada ORDEM para o asfaltamento da BR-319 que liga, perdão, deveria ligar Manaus a Porto Velho.

Mas aí surge um simples ministro, nomeado e dependente do próprio governo, falastrão e poderoso, decide: “A BR-319 não será asfaltada, Manaus e Porto Velho não precisam de ligação”. Ou seja, ficarão como estão, crateras enormes, buracos por todos os lados, caminhos intransitáveis no verão por causa das chuvas violentas, e nas outras estações igualmente impossível de ser percorrida.

O asfaltamento, já previsto, como verba orçamentária, prazo para começo e fim das obras, mas nada é feito pela vontade do ministro, que pelo visto, individualmente manda e pode mais do que todo o governo, coletivamente.

E manda mais do que o presidente da República que no nomeou do nada, mais pode demiti-lo, pois esse ministro, Carlos Minc, surpreendentemente hoje é tudo.

Pela primeira vez o progresso é acusado de retrocesso. Houve uma época que o asfaltamento constituía mesmo a maior reivindicação de prefeitos e governadores.

(Nos EUA, a partir de 1894, quando o genial Henry Ford colocou o primeiro carro nas ruas, começou no país frenética e avassaladora corrida para abrir e asfaltar estradas).

O ministro Minc se defende numa auto-condenação explícita: “Asfaltada, a BR-319 servirá a toas as roubalheiras de terras, aumento do desmatamento, invasão e depredação indiscriminadas”. Inacreditável, mas rigorosamente verdadeiro.

Esperamos que o presidente da República descubra Poder para demitir o ministro, antes que ele mande destruir toas as estradas asfaltadas do país.


Uma parte enorme do minério brasileiro (dezenas de espécies) já enriqueceu muita gente. Incluindo herdeiros dos que destruíram tudo o que havia de riqueza mineral no Amapá, onde, não por acaso, Sarney instalou seu segundo feudo ou capitania.

Há mais de 20 anos, cientistas-pesquisadores garantem: “As maiores riquezas do mundo estão em quatro áreas ainda não exploradas. As montanhas, o fundo dos mares, a Antártica (Antártida, tanto faz) e a Amazônia. No Brasil, querem que essa riquíssima Amazônia se transforme em santuário, enquanto suas terras vão sendo vendidas e com RECIBO ASSINADO.

Política de combate ao tráfico de pessoas no Brasil

Em passagem por Manaus em virtude dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga o tráfico nacional e internacional de pessoas, a senadora Marinor Brito (PSOL) disse, que a política de combate a este tipo de crime, tanto nos Estados quanto em todo país, é “fracassada” e que as autoridades fazem “vista grossa” ao que vem acontecendo.

“Se aumentam o número de rotas de tráfico, o número de pessoas traficadas e o número de modalidades, significa que as autoridades estão fracassando neste combate. Na verdade, estão fazendo vista grossa ao que vem acontecendo, até porque há muita gente graúda, importante, que financia o tráfico de pessoas”, disse a senadora, ressaltando, sem citar nomes, que pessoas “influentes” participam do esquema.

Manaus foi a primeira das oito cidades previstas para receberem os trabalhos da CPI depois de Brasília, onde o trabalho de investigação e coleta de informações começou no dia 27 de abril de 2011.

Mudança no código penal

Uma das propostas da CPI, que terá duração total de 120 dias, é apontar nomes de pessoas que sejam responsáveis direta ou indiretamente pelo tráfico de pessoas. Do mesmo modo, o relatório final vai pedir mudanças no Código Penal a fim de tratar como crime o tráfico de pessoas. O artigo 231 do Código Penal prevê como crime a exploração sexual, mas não faz o mesmo para o tráfico de pessoas com o objetivo de escravização de mão-de-obra ou mesmo para extração de órgãos.

De acordo com a senadora, o tráfico de pessoas movimenta mais de US$ 32 bilhões ao ano em todo o planeta, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o de armas – as duas modalidades de crime mais rentáveis às organizações criminosas internacionais, que contam também com forte aparato financeiro e logístico no Brasil.


Mais de 500 rotas de tráfico

Somente no país do futebol, existem mais de 520 rotas históricas conhecidas de tráfico de pessoas, tendo Manaus como uma das portas de entrada mais utilizadas desde 2003. A senadora relaciona o tráfico de pessoas diretamente com o tráfico de drogas e armas e, ainda, com o que ela chama de “vulnerabilidade social”.

“Os traficantes de pessoas exploram a vulnerabilidade social das vítimas, como pobreza e prostituição para seduzi-las com propostas enganosas. Geralmente, os traficantes fazem falsas propostas de trabalho, que na verdade resultam em escravização sexual ou de trabalho e ainda de tráfico de órgãos”, diz a senadora.


Relatos

A reunião trouxe também representantes de organizações que combatem a prática criminosa na região, como Maria Henriqueta Ferreira Cavalcante, irmã membra da Região Norte 2 (Pará e Amapá) e da Comissão Justiça e Paz da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ela, que recebe constantes ameaças de morte pela luta contra o tráfico de pessoas, reitera as palavras da senadora do PSOL.

“O crime de tráfico de pessoas está diretamente envolvido com o tráfico de drogas e armas. Desde 2005 venho recebendo ameaças de morte por parte das organizações criminosas, que não querem que suas ações venham a público, principalmente porque se tratam de pessoas influentes e bem abastadas”, afirma.


Sem amparo do Estado

Ela disse que chegou a entrar em um programa de proteção policial, mas que, no momento, não conta com nenhum apoio. Ela disse que um policial chegou a ser destacado para sua segurança pessoal, mas não havia estrutura por parte do Estado para manter este tipo de apoio.

“Recentemente esse policial desistiu de continuar com o trabalho de proteção porque não era reconhecido. Eu viajo muito nesse trabalho de combate ao tráfico de pessoas, e a logística necessária para meu acompanhamento não era fornecida pelo Estado. Fora que, ao meu lado, ele também corria os mesmos riscos que eu. Ele também estava tão vulnerável quanto eu”, contou.

Os trabalhos da CPI do tráfico de pessoas do Senado vai percorrer ainda outras cidades do país, convocando representantes dos Estados voltados ao combate ao tráfico de drogas e armas para coletar informações e ouvir as autoridades sobre as políticas adotadas pelo país.